HIJOS da "resistência" no governo. Identidade(s), comunidade(s) e militância das filhas/os das vítimas do terrorismo de Estado na Argentina através do kirchnerismo
Publicado 2021-12-30
Palavras-chave
- H.I.J.O.S.,
- kirchnerismo,
- identidade colectiva,
- carreiras militantes
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Resumo
Já passaram quase quatro décadas desde o fim da última ditadura militar na Argentina e as suas marcas ainda perduram na sociedade, moldando também a política do presente. A luta das organizações de direitos humanos exigindo “memória, verdade e justiça” pelos crimes cometidos nessa altura não perdeu a sua relevância; pelo contrário, continua a acolher novas gerações de activistas. Em meados da década de 1990, as filhas e filhos das vítimas (“hijxs”) irromperam na cena pública sob o guarda-chuva do grupo H.I.J.O.S., alcançando uma proeminência marcada entre a juventude política daquela época. Ao longo dos ciclos políticos, a militância dos “hijxs” assumiu diferentes formas, renovando os seus repertórios de acção e estratégias políticas. Isto levou alguns deles a ocupar posições políticas no Governo e no Congresso Nacional desde 2007. Este artigo propõe-se abordar as carreiras militantes destes “hijxs” a partir das suas dimensões individuais e colectivas, explorando as suas redes de inserção política, as suas configurações de identidade, as capitais adquiridas e mobilizadas ao longo das suas carreiras. Inquirir, por sua vez, sobre o processo de legitimação social atravessado pelos “hijxs” através dos anos Kirchnerist (2003-2015) e os seus efeitos no campo político.