Publicado 2021-06-20
Como Citar
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Resumo
A entrevista centra-se na interpretação de Harmut Rosa acerca do Estado-nação moderno. Em sua teoria, o Estado territorial, que unifica e padroniza o tempo, a linguagem, a lei e a moeda, é conceitualizado em íntimo nexo com os processos modernos de aceleração social. Produz-se, assim, uma relação dialética: embora seja certo que o Estado westfaliano explica a aceleração social, também há de ser levado em consideração que ele se converteu em uma instituição de sucesso precisamente pelo fato de que permitia acelerar. No longo prazo, as forças centrífugas da aceleração que favorecem a globalização contemporânea, tendem a fragilizar a condição do Estado soberano. Por outro lado, a nação, como fenômeno distinto e irredutível ao Estado, parece ser uma categoria menos discutida na obra de Rosa. Entretanto, nesta entrevista o autor apresenta a nação como um motor cultural que promove a força mobilizadora para que o Estado funcione corretamente. Sua distinção sociológica entre os níveis “cultural” e “institucional” é aplicada ao Estado-nação que é necessariamente um híbrido. Observando o mundo de hoje, Rosa discute a emergência atual do populismo com viés nacionalistas e o que ele chama de “promessa de onipotência” (a ideia de que o povo é todo- poderoso) uma outra forma de explicar a volta do nacionalismo. Além disso, Rosa trata do fenômeno do cosmopolitismo (distinguindo-o da globalização) e da influência da China.