Todas as mulheres do presidente. Hierarquias e regimes de justificação na elite feminina de Cambiemos (Argentina, 2015-2019).
Publicado 2021-12-30
Palavras-chave
- gênero,
- elites políticas,
- sociologia pragmática,
- Cambiemos,
- Argentina
Como Citar
Copyright (c) 2022 Paula Canelo
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Resumo
O artigo analisa os regimes de justificação construídos publicamente por seis das mulheres da elite feminina do governo Cambiemos (Argentina, 2015-2019): Juliana Awada, a primeira-dama; Gabriela Michetti, vice-presidente da Nação; Carolina Stanley, Ministra do Desenvolvimento Social; Patricia Bullrich, Ministra da Segurança; Elisa Carrió, líder da Coalizão Cívica; e María Eugenia Vidal, governadora da província de Buenos Aires. Recorrendo a alguns conceitos da sociologia pragmática, o trabalho mostra: primeiro, que essas mulheres realizaram um duplo trabalho de justificação, como mulheres em um espaço muito masculinizado, o de uma força de direita no espaço da alta política argentina, e como agentes da legitimação de uma ordem social desigual. Segundo, que para isso encenaram uma “galáxia de regimes de justificação” onde predominavam os regimes doméstico e cívico, mas onde também estavam presentes os regimes industrial, inspirado e projectual. E terceiro, que não podem ser definidas como típicas “mulheres de direita”, pois mobilizaram um repertório heterogêneo de princípios do bem comum, composto por elementos tradicionais e inovadores que facilitaram a legitimação de uma ordem social desigual.