n. 29 (2022): Diverso
Artigos

Um sujeito pós-indivíduo: contribuições para um direito quimérico no antropoceno

Bianca De Gennaro Blanco
Universidade Federal de Santa Catarina
Biografia
Bárbara D. Lago Modernell
Universidade de São Paulo
Biografia

Publicado 2022-07-30

Palavras-chave

  • Gaia; holobiontes; sujeitos coletivos

Como Citar

De Gennaro Blanco, Bianca, e Bárbara D. Lago Modernell. 2022. “Um Sujeito pós-indivíduo: Contribuições Para Um Direito quimérico No Antropoceno”. Pléyade, nº 29 (julho):66-87. https://revistapleyade.cl/index.php/OJS/article/view/352.

Resumo

A vida individual que se consolidou no pensamento biológico ocidental coincide com concepções modernas jurídicas e políticas do indivíduo. Em meio a polêmicas geológicas, essas noções de indivíduo como sujeito de direito mostram-se insuficientes para lidar com desafios do Antropoceno, uma vez que política, direito e outras categorias humanas não podem mais ser concebidas como fechadas em si mesmas. Possíveis diálogos entre estas e os debates da biologia podem ser pertinentes quando a politização da natureza é capaz de aclarar alguns dos descaminhos da naturalização de uma política em que o exercício de governar as populações
passa pela intervenção direta nos processos de extração e de gestão dos recursos naturais. Tudo indica que a teoria da simbiogênese ainda tem muito a contribuir para este debate, especialmente em suas confluências com pautas socioambientais no novo constitucionalismo latino-americano
e as reivindicações socioambientais sobre a terra. A proposta da unidade evolutiva simbiogênica pode ter implicações não só nas histórias evolutivas, mas também sugerir sujeitos coletivos cuja autonomia é construída historicamente ligada a diferentes relações de vida e morte.