A dimensão ideológica e subjetiva do platformização da vida social
Publicado 2024-01-20
Palavras-chave
- platformização,
- ideologia,
- subjetividade,
- algoritmos,
- interpelação
Como Citar
Copyright (c) 2024 Mariano Caputo
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Resumo
O artigo participa de uma tendência identificada por Thomas Poell, David Nieborg e José van Dijck, que apontam para um movimento na academia desde uma discussão das plataformas como “coisas” até uma análise do platformização como um processo. Neste contexto, o
artigo constitui uma reflexão teórica que investiga a dimensão ideológica e subjetiva do platformização. Sua tese é que, para avançar na explicação dos processos subjetivos das plataformas, é necessário recorrer à teoria althusseriana da ideologia, em articulação com a pesquisa que propõe os conceitos de “governabilidade algorítmica” e “perfilagem”. O artigo focaliza a relevância teórica de três categorias fundamentais da abordagem althusseriana - o aparelho ideológico do estado, a ideologia e a interpelação - a fim de pensar a platformisação. A partir da análise de plataformas como Change.org, Tinder e BeReal, conclui-se que nos processos de platformização, através de formas ideológicas e modalidades de interpelação que têm sua própria especificidade, são formados novos rituais de reconhecimento ideológico que intervêm na garantia que cada sujeito necessita sobre sua singularidade. Desta forma, a codificação algorítmica e a interpelação ideológica acontecem no mesmo movimento sobre as
plataformas.