v. 32 (2023): Sociedades algorítmicas e sua resistência da América Latina e do Caribe
Artigos

futuro da política diante do paradigma das cidades inteligentes: novos desafios para a democracia argentina e latino-americana

Juan Funes
Investigador
Betina Andrea Guindi
Universidad de Buenos Aires

Publicado 2024-01-20

Palavras-chave

  • cidade inteligente,
  • Buenos Aires,
  • plataformas,
  • neoliberalismo,
  • política urbana

Como Citar

Funes, Juan, e Betina Andrea Guindi. 2024. “Futuro Da política Diante Do Paradigma Das Cidades Inteligentes: Novos Desafios Para a Democracia Argentina E Latino-Americana”. Pléyade 32 (janeiro):160-80. https://revistapleyade.cl/index.php/OJS/article/view/412.

Resumo

A aplicação de tecnologias de informação e comunicação para governar cidades apresenta um problema complexo para as democracias a nível global. O paradigma das cidades inteligentes é apresentado como um modelo de gestão “objetivo” e “apolítico”, baseado na ideia de que as plataformas são ferramentas neutras e que os dados extraídos são um mero reflexo da realidade. Estas premissas implicam, por um lado, a expansão de lógicas capitalistas neoextrativistas que envolvem a proliferação e circulação de dados e, por outro lado, reforçam uma ordem policial que ameaça as possibilidades de uma política democrática em um sentido radical. As lógicas de
virtualização envolvem a expansão de um capitalismo cognitivo impregnado por uma ética social empresarial típica da governamentalidade neoliberal, que cria e recria novas formas de sujeição. No entanto, este não é um fenômeno sem precedentes. Neste artigo, a cidade de Buenos Aires é tomada como caso paradigmático para rastrear o modo como diferentes visões tecnocráticas
funcionaram como antecedentes das smart cities, especialmente a partir da década de 1930 com o surgimento do urbanismo. Dessa forma, busca-se evitar cair em perspectivas tecnologistas e a-históricas, para tentar entender a complexidade do cenário urbano atual.