n. 30 (2022): Estudos críticos sobre educação na América Latina. Crise, desigualdades, controle e utopias da educação
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“A escola é nossa”: ressonâncias entre as ocupações estudantis e o Movimento Negro nas encruzilhadas da cidadania brasileira

Categorias

Publicado 2023-01-30

Palavras-chave

  • direito à educação,
  • Lei 10.639/03,
  • ocupações estudantis,
  • juventude negra

Como Citar

Jardim, Fabiana A. A., e Uvanderson Vitor da Silva. 2023. “‘A Escola é nossa’: Ressonâncias Entre As ocupações Estudantis E O Movimento Negro Nas Encruzilhadas Da Cidadania Brasileira”. Pléyade, nº 30 (janeiro):83-109. https://revistapleyade.cl/index.php/OJS/article/view/422.

Resumo

A partir de revisão sistemática de literatura, o artigo analisa as articulações entre mobilizações políticas negras no Brasil e a questão do direito à educação como contexto para examinar as ocupações de escolas, ocorridas em 2016. Intentamos sublinhar a relação entre as práticas de luta por cidadania, empreendidas pelo Movimento Negro, e certa concepção de educação e registrar avanços na construção do sistema escolar brasileiro desde 1985. É destacada a introdução de políticas de reconhecimento da contribuição das populações africana, afro-brasileira e ameríndia para a História e a cultura nacionais e políticas de reparação, como as ações afirmativas, com reserva de vagas nas Universidades para população negra, indígena e comunidades tradicionais. A despeito de tais avanços, buscamos aprender, com as experiências das ocupações estudantis, os limites da cidadania e da escolarização produzidas nas últimas três décadas. O fim das ocupações foi sucedido pelo incremento das forças conservadoras sobre a educação e a juventude, mas longe de representar a fragilidade do movimento, isso indica seu imenso potencial de ruptura. Concluímos que os estudantes conseguiram fissurar concepções vazias sobre o direito à educação e a cidadania e experimentaram outros modos de sociabilidade escolar e participação política.