v. 32 (2023): Sociedades algorítmicas e sua resistência da América Latina e do Caribe
Artigos

Resistência como re-existência: a defesa do corpo-território na sociedade algorítmica

Paula Ricaurte
Tecnológico de Monterrey

Publicado 2024-07-29

Palavras-chave

  • feminismo,
  • colonialidade,
  • tecnologia,
  • automação,
  • desobediência epistêmica

Como Citar

Ricaurte, Paula. 2024. “Resistência Como Re-Existência: A Defesa Do Corpo-território Na Sociedade algorítmica”. Pléyade 32 (julho):64-92. https://revistapleyade.cl/index.php/OJS/article/view/471.

Resumo

As lutas históricas dos povos de Abya Yala em defesa de uma vida digna enfrentam novas ameaças em meio à expansão das esferas e dos mecanismos de desapropriação na sociedade algorítmica. A centralidade dos sistemas sociotécnicos na reprodução da colonialidade do poder sob crises climáticas e civilizacionais exige um repensar mais complexo e ampliado da resistência como
um processo de defesa dos sistemas de sustentação da vida. Assim, as tendências locais, regionais e globais que impulsionam a datafcação, a algoritmização e a automação do mundo, as resistências são reexistências, formas de desobediência ontoepistêmica e práxis política, ética e estética em face da colonialidade do ser, do saber, do sentir, do fazer e do viver. Com base nas contribuições das epistemologias feministas decoloniais e ancestrais das defensoras do território de Abya Yala, este texto propõe recuperar a noção de defesa do corpo-território, estendida ao território da Internet e de suas tecnologias associadas, no contexto da violência
sistêmica e estrutural que a região está sofrendo.